De há uns anos a esta parte, não nos podemos queixar de falta de movimentos culturais em Tavira, diga-se em abono da verdade.
Desde exposições de grandes autores, à edição de livros de Tavirenses e claro a música não é esquecida com grandes nomes do panorama nacional.
Mas cá na terra, também temos grandes valores musicais e que não são esquecidos, se bem que já lá vão os tempos em que mais espectáculos se faziam para se promover os talentos tavirenses. Mas vai se fazendo qualquer coisa, não só a nível da autarquia como também através de clubes e associações que ao longo do ano se predispõem trabalhar a custo zero para o bem da cidade.
A propósito de associações que vivem o espectáculo como uma forma de arte maior, tomemos como exemplo a Academia de Música de Tavira, instituição conceituado no ensino e formação musical, da qual falo com conhecimento de causa, pois tenho o prazer de leccionar nesta instituição e acompanhar o magnifico trabalho que é feito ao longo de todo o ano.
Mais uma vez aqui Tavira está no seu melhor nível e isto porque a Academia realiza concertos aos sábados à noite e os quais têm uma grande aderência de público sobretudo de nacionalidade estrangeira pois infelizmente nós portugueses e nomeadamente os tavirenses, não estamos ainda educados o suficiente para dar valor e ir assistir a concertos de piano e guitarra a uma igreja.
Mas mais grave ainda será dizer que a estes concertos de elevada qualidade pois estamos a falar de professores credenciados da Academia de Música de Tavira, nunca vemos personalidades representativas da edilidade Tavirense e isto acontece sistematicamente em todos os concertos. É triste para quem se dedica de corpo e alma a uma causa tão nobre como a música…
Mas há ainda um outro problema que na minha opinião como professora de música e Presidente da JSD Tavira me deixa no mínimo revoltada e confesso que a Comissão Politica da JSD Tavira gostaria de ajudar a resolver.
Como é sabido Tavira tem vinte e três igrejas e a questão prende-se com o facto destes referidos concertos aos sábados, não poderem ser em qualquer uma delas, devido à grande afluência de espectadores. Mas para este mal, grande solução existe, tomo como exemplo a famosa igreja de Nossa Senhora do Carmo que por ser uma das maiores e mais esplendorosas da cidade, reúne as condições necessárias para receber concertos desta natureza mesmo a nível de lugares sentados para o público assistir. Só que a discriminação começa aqui, quando a Academia de Música, a única instituição oficial no ensino desta área, em Tavira não tem autorização para realizar aí os seus espectáculos só que sem grandes dificuldades a Orquestra do Algarve e o Concerto Natalício com grupos corais locais e de outras regiões do país, fazem aí as suas demonstrações. Pergunto eu porquê? Isto é justiça? Então se não se podem realizar concertos na Igreja de Nossa Senhora do Carmo, não se realiza nenhum. Agora a Orquestra do Algarve e os grupos corais por serem quem são tem mais direitos? Demonstro deste modo o meu profundo desagrado por quem de direito impõem estas regras, completamente absurdas, na esperança que esta situação possa resolver-se pois não é de todo justo que músicos que atraem tanto público aos seus concertos e sendo da própria cidade de Tavira, sejam tratados de forma desigual quando se está a trabalhar em prol da cultura da cidade.
Sofia Andreia – Presidente da Comissão Politica da JSD Tavira e Membro da Comissão Politica da JSD Algarve
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