Que a situação do país não é a melhor, já todos nós o sabemos.
Actualmente, a capacidade produtiva da economia portuguesa não tem crescido a um ritmo desejado, em termos de produtividade média os números são baixos e essa é uma das principais razões para que os salários dos portugueses também o sejam.
Em termos de infra-estruturas não nos podemos queixar pois ao longo dos anos têm-se notado o progresso mas que não é o suficiente para os portugueses terem um bom nível de vida.
Mas o crescimento de uma economia não se faz só de infra-estruturas. Também é importante para esse crescimento o progresso tecnológico, que têm vindo a aumentar mas em comparação aos outros países estamos muito abaixo das expectativas, e também é importante o capital humano. E é neste último que me vou centrar.
Na minha opinião este é um dos principais problemas do país sobretudo ao nível da qualificação técnica e formação intermédia. Para melhorarmos é preciso investir na Educação, é preciso considerar a dimensão qualitativa da educação e é preciso combater a elevada taxa de abandono escolar.
Ao longo destes últimos anos muito se trabalhou nas universidades, para a implementação de uma reforma que tem como objectivo central, o estabelecimento de um Espaço Europeu de Ensino Superior corrente, compatível, competitivo e atractivo para os estudantes.
Numa altura em que a prioridade é investir no Ensino Superior tendo em conta que o Processo de Bolonha está a ser implementado e que é preciso apostar-se na formação dos docentes para poderem aplicar este novo conceito, o estado sem meias medidas faz um corte orçamental de cerca de 14% no ensino superior.
E eu questiono me como é que as universidades e os politécnicos vão resistir?
Que medidas é que estes espaços vão tomar para sobreviverem a estes cortes?
Será que é com a dispensa de funcionários, a qual vai aumentar a taxa de desemprego?
Ou será que as condições físicas e humanas que Bolonha necessita, serão esquecidas e tendo em conta isso, a Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior dará nota negativa às instituições e aos cursos?
Sinceramente, é altura de este governo apostar e investir no ensino em vez de cortar, tendo em conta, que nestes últimos dois anos muito pouco se fez, e não esquecendo que uma aposta num ensino credível e de qualidade será uma aposta no futuro dos portugueses.
Finalizando, queria salientar que é vergonhoso a forma como a Assembleia da Republica tratou da petição para o Curso de Medicina no Algarve. Francamente as quase 10000 assinaturas conseguidas pelo trabalho, esforço e dedicação dos elementos da JSD resumiram-se a meia dúzia de minutos, os quais nem deram para explicar os nossos motivos e as nossas preocupações em termos de saúde na nossa região.
Enfim, esta é a nossa democracia.
Eduardo Gonçalo de Almeida
Coordenador do Ensino Superior da JSD Algarve
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