quinta-feira, novembro 17, 2011

[JSD] Intervenção do Presidente da JSD na Assembleia da República sobre o OE 2012 e a Juventude

Narrativa: debate OE 2011 com Ministro Adjunto

Senhor Presidente,

Senhor Ministros, Senhores Secretários de Estado

Senhoras Deputadas e Deputados,

Aguardava este debate com elevada expectativa. É hoje aqui que se debate um instrumento fundamental para resgatar o futuro das novas gerações, a política de juventude…coisa rara nos últimos anos.

Os mais prejudicados pela situação a que nosso país chegou, são sem sombra de dúvida as NOVAS GERAÇÕES. O desemprego jovem aumentou exponencialmente nos últimos seis anos, cada vez mais tarde os jovens saem de casa dos pais e há cada mais jovens portugueses, mesmo licenciados, no desemprego.

O cenário recente para a juventude portuguesa não é mau, é péssimo.

Mas esta não é a geração rasca nem mesmo uma a geração à rasca. Pior que isso, somos sim a geração hipotecada, a geração com o futuro comprometido, a geração sem direitos, quanto mais adquiridos, a primeira geração que, se ficasse tudo na mesma, iria viver pior que a anterior.

Há hoje sobre os mais jovens uma verdadeira hipoteca geracional. O Estado cresceu, engordou à conta dos rendimentos futuros das novas gerações, de muitos que ainda nem sequer nasceram. A dívida de cada português quase triplicou em 6 anos, hoje cada criança que nasce tem já uma dívida pública de 18 mil euros. Andámos a pagar aeroportos, autoestradas, escolas de luxos e outras megalomanias com o dinheiro dos nossos filhos e netos. Isto não é política de juventude, isto é não é sustentável.

Mas eu acredito que não tem de ser exactamente assim. Esta será a geração que vai resgatar o país das mãos dos credores dos pais e avós. Cabe-nos a todos começar a resgatar o nosso próprio futuro..

Senhor Ministro, Senhoras e Senhores Deputados,

Durante vários anos a política de juventude andou à deriva, com dezenas de projectos diferentes apoiados pelo Estado, por vezes contraditórios e muitas vezes desligados dos reais problemas da juventude.

Hoje a política de juventude só pode ser transversal a todas as políticas do governo.

Política de juventude hoje é recuperar o futuro desta geração. Política de juventude hoje é recuperar a dívida que recai sobre as futuras gerações. Essa é a principal política de juventude que peço a este governo.

Política de juventude é hoje apostar no empreendedorismo e criar emprego. Facilitar a contratação de jovens, apoiar e facilitar a entrada de jovens no mercado de trabalho, apoiar e facilitar a vida a empresas que queiram contratar jovens que queiram trabalhar e contribuir com a sua formação, criatividade e motivação para dar valor acrescentado a essas empresas.

Política de juventude hoje é combater os falsos recibos verdes.

Política de juventude hoje é reorganizar a nossa rede de ensino superior que actualmente parece mais um emaranhado do que propriamente uma rede, é adequar a oferta de cursos às necessidades do mercado de trabalho.

Política de juventude hoje é criar mecanismos que facilitem a habitação jovem, é permitir a reabilitação urbana low cost que sem luxos, permita aos jovens arrendar a sua casa.

Política de juventude hoje é incentivar o exercício físico, o desporto escolar e universitário, combater a obesidade infantil e juvenil. Actualmente, a maior causa de morte precoce são as doenças cardiovasculares e isso também é um problema de juventude.

Política de juventude hoje não existe sem uma aposta na educação não formal e sem apoio à mobilidade juvenil.

A política de juventude hoje tem obrigatoriamente de passar pela maior cooperação com os stakeholders existentes, com as associações de juvenis e de estudantes. Saúdo por isso o lançamento do livro branco para as políticas de juventude que pretende pensar e reflectir o futuro e a implementação das políticas de juventude com os principais actores no terreno. Sem eles não há política de juventude eficaz.

Pois senhor Ministro e Senhor Sec Estado da Juventude,

Política de juventude é sobretudo garantir a sustentabilidade do nosso país.

Deixava-lhe por isso algumas questões finais:

Fui dos primeiros a duvidar da criação do IPDJ. Mas será que afinal as poupanças previstas com a fusão do IDP, da Movijovem, da FDTI e do IDP, vão permitir investir mais no apoio ao associativismo e às políticas de juventude?

Acredita que em 2012 e pela primeira vez em 6 anos, as associações juvenis e de estudantes vão receber os seus apoios a tempo e horas?

Os passes sociais para os estudantes também são preocupações da juventude. É verdade que TODOS os estudantes vão perder o desconto de 50% ?

Relativamente à rede de pousadas da juventude, o governo já tem alguma solução?

Sem comentários: