quarta-feira, dezembro 07, 2005

Curiosidades do orçamento de estado de 2006 ( Parte 1 )

Como é de conhecimento comum o estado português apresenta um défice operacional bastante elevado.
Ao mesmo tempo a administração pública deste país cada vez mais se endivida, em 2003 e ainda sentido os efeitos dos anos do Guterrismo o crédito concedido á nossa administração pública era de 8,3%, em 2004 era 5,0%, em 04-2005 era 6,0 e em 07-2005 já era de 8,1%. (fonte: proposta de relatório para o orçamento de estado para 2006)
Como podem ver todo o trabalho desenvolvido pela coligação de directa PPD-PSD / CDS-PP durante cerca de 3 anos de forma a conter o défice e o endividamento público, foi reduzido a um simples esforço temporal pois em 3 meses o governo do Sr. Eng.º José Sócrates conseguiu “reconquistar” a dívida do sector da administração interna.
Agora gostava de vos deixar alguns pequenos números em que pensar:
- Casa da Música / Porto 2001, S.A, esta entidade ou outra que a venha a suceder irá receber do orçamento de estado com a finalidade de financiamento de actividades e outros objectivos 10.000.000,00 € (será que a cultura não se financia a si própria após a criação de infra-estruturas?, Será viável tudo isto?, Qual a percentagem da população nacional a usufruir destas actividades? Presumo que venha a ser bastante caro se dividirmos este valor por cada uma das pessoas que vão usufruir de tudo isto.);
- RAVE – Rede de Alta Velocidade, EP, esta entidade irá receber do orçamento de estado para financiamento de estudos e projectos 10.000.000,00 € ( com projectistas tão bem pagos não sei como é possível os projectos terem tantos erros );
- EDAB – Empresa para o Desenvolvimento do Aeroporto de Beja, esta entidade irá receber do orçamento de estado com a finalidade de financiamento de infra-estruturas aeroportuárias 5.931.000,00 € ( As ultimas informações que tinha sobre este tema era que esta entidade existia já á algum tempo e nada tinha feito durante todo este tempo a não ser pagar ordenados aos que lá trabalham e aos administradores e que estava com problemas financeiros. Será que vai haver algum aeroporto em Beja, agora que se afirma que a Ota é o futuro? Ou será mais orçamento de estado para pagar ordenados chorudos a meia dúzia de pessoas que pouco ou nada fazem? )
Quando o estado nega em negociações salariais valores inferiores a 0,5 pontos percentuais alegando falta de dinheiro, quando reduzem as comparticipações em medicamentos vitais para muitos portugueses, e quando o primeiro ministro afirma que a crise toca a todos e todos vamos ter de a sentir, acho que se a isto se chama crise nestes casos e muitos outros, então é porque somos um estado muito mas muito rico…



Ps. Não se esqueçam que a população laboral do país são 5,48 milhões e não 10,57 milhões…

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