sexta-feira, julho 01, 2005

REFERENDO SOBRE ABORTO

Sobre este assunto, o Presidente da JSD, Daniel Fangueiro, enviou uma carta aberta ao primeiro ministro José Sócrates.
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Caro Eng. José Sócrates,

Tenho o prazer de lhe escrever pela primeira vez, não pelas melhores razões, mas sim para lhe mostrar que o exercício do poder político, não é uma mera gestão do pensamento dos portugueses.

A forma como tem desempenhado as suas funções deixa muito a desejar, estando provado que existe um fosso enorme entre o que diz que faz e o que realmente faz por Portugal. É um desrespeito para todos nós, a forma como insere o referendo do aborto na agenda política. É um assunto demasiado importante para servir de janela de saída para as suas confusões no Governo. È um claro insulto à nossa inteligência.

Mas deixe-me que lhe transmita que só pode estar de cabeça perdida, para lançar um assunto desta natureza em tão pouco tempo, indo ao ponto de alterar a lei para lhe facilitar a marcação desse referendo à pressa. É fundamental que o referendo se realize no próximo ano, tendo de ser acompanhado por uma campanha de informação aos portugueses sobre a temática. Só assim se garantirá a veracidade dos resultados e uma grande participação de todos, assegurando um resultado prático do referendo.

Ao mesmo tempo, estaríamos à espera que o seu Governo tomasse medidas concretas no apoio à natalidade, na implementação do regime da adopção e numa campanha de informação para todos, com uma vertente dirigida aos jovens. Os números de gravidez na adolescência estão a aumentar, urge de uma vez por todas seguir uma linha de rumo coerente e própria para a disciplina de Educação Sexual. São medidas concretas e importantes para todos, se é que a palavra “concretas” lhe diz alguma coisa.

Gostava que este Governo tivesse tido todas estas medidas, mas já percebi que prefere malabarismos políticos do que o bem estar de todos nós. Prefere confundir os portugueses com a introdução de uma série de assuntos ao mesmo tempo, sem com isso ter conseguido qualquer resultado prático. Ainda não fez nada por este país, ainda não fez nada pelos jovens portugueses. Não nos atire areia para os olhos, sabemos bem o que queremos e já percebemos que não somos uma aposta para si.

Não votei em si, há coisas que nunca me arrependo e esta é concerteza uma delas. Não desejo mal ao seu Governo, mas também não desejo mal aos portugueses, as suas políticas são meras nuvens de fumo que servem para distrair enquanto é primeiro – ministro no Governo do “Faz-que-faz”.

Espero que no futuro tenha motivos para lhe escrever por boas razões, mas algo me diz que não tenha esperança, em três meses percebemos o que vai ser o resto do mandato.

Cordialmente

Daniel Fangueiro

Presidente da Juventude Social Democrata

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