sexta-feira, agosto 26, 2005

AS OBRAS PÚBLICAS

Seguidamente apresenta-se um texto enviado pelo nosso companheiro Nuno Rio
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Gerou-se ultimamente na sociedade portuguesa a moda de criticar o
investimento em construção. E o anúncio pelo Governo do lançamento do
PIIP foi amplamente utilizado para produzir frases alusivas à
"irresistível tentação do betão", como se decidir a construção de
infraestruturas públicas que a todos beneficiam fosse uma forma de
demagogia destinada apenas a dar trabalho às empresas do Sector.

Curiosamente, são os mesmos indivíduos que utilizam as nossas novas
auto-estradas para irem, com a maior comodidade, passar o fim de
semana ao Algarve, nas casas que ali compraram ou mandaram construir,
os maiores críticos do investimento em obras públicas. Certamente já
esqueceram os tempos idos da poluição da baía de Albufeira ou da praia
de Carcavelos. As horas intermináveis para atravessar o rio Tejo na
antiga ponte. Os engarrafamentos monumentais em Ourique e em Canal
Caveira. E a falta de água nas torneiras em muitas localidades do
País.

Mas são também esses mesmos indivíduos que continuam a achar que "os
outros" deviam usar transportes públicos, cuja falta de qualidade não
conhecem. Que se queixam do estado deplorável das nossas
infraestruturas de saúde, hospitais e centros de saúde. Que criticam a
falta de condições das nossas escolas. E até deploram o tempo que se
demora a embarcar e desembarcar no aeroporto da Portela.

Esquecem esses espíritos pretensamente bem-pensantes que tudo aquilo
de que desfrutam teve de ser construído. E de que só com mais obras
será possível aumentar não só a eficiência do País como os níveis de
desenvolvimento e de conforto das populações.

Talvez se esses críticos do investimento em obras públicas fossem
impedidos de utilizar as infraestruturas cuja construção tanto
censuram as suas opiniões mudassem radical e rapidamente.

by: AECOPS/ Nuno Rio

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