Muito se falou nestes últimos dias na comunicação social sobre os exames nacionais, exceptuando a Ministra da Educação, todos eram unânimes em que os exames foram extremamente fáceis, onde o de Matemática do 12ºano, chegava mesmo a ser ridículo.
Assim sendo, esperei para ver, e o que é certo, é que a disciplina mais temida pela maioria dos alunos, tornou-se na disciplina banal, uma disciplina com uma das melhores médias a nível nacional, sendo mesmo uma nota positiva, cerca de 11 valores…
Como isto é possível?
De um ano para o outro, a média sobe quase 4 valores. Será do magnífico plano da matemática iniciado por este Governo, com certeza que não, pois esse plano tem incidido no ensino básico, ou seja, esses alunos ainda não foram submetidos aos exames do secundário. O que realmente aconteceu, é que o exame, foi estranhamente demasiado fácil, com o objectivo de Portugal mostrar lá fora que afinal não somos assim tão maus e até roçamos a perfeição…
Será mesmo verdade?
A meu ver esta opção acarreta consequências futuras graves, pois trata-se de uma fachada, não reflectindo o verdadeiro valor dos nossos alunos, enviando alunos para o ensino superior com falhas de conhecimentos. Como é que é possível existirem situações de alunos que foram submetidos exame com médias de 12 valores e conseguiram 19 valores no exame nacional de matemática!
Será normal? Considero isto no mínimo peculiar...
O segundo problema e que considero o pior de todos, é que se se continuar com esta politica deixamos de dar valor aos bons alunos, pois um bom aluno e um médio terão exactamente as mesmas notas, o que faz com que os alunos exemplares se desmotivem e deixem gradualmente de existir. É esta a sociedade que desejamos no futuro? Infelizmente, não temos alunos devidamente preparados para a dificuldade que a disciplina de matemática representa, assim como outras disciplinas, nomeadamente ciências. Andamos a preferir o facilitismo que a excelência. Se reflectirmos sobre o assunto, isto é uma situação que se arrasta desde cedo, começa no 1º ciclo do ensino básico, em que os conteúdos são cada vez mais levianos e é quase proibido chumbar alunos, tudo em nome da possível frustração e da desmotivação que daí possa advir. No 2º e 3º ciclo mantém a mesma postura, sendo hilariante reuniões de avaliação em que sucessivamente outros professores votam notas de outros professores, com o intuito de alunos com várias negativas transitarem de ano. No secundário está à vista, exames extremamente fáceis, em que os alunos podem ir como alunos externos e obtêm facilmente nota para passarem e até candidatarem-se à universidade. Não falta muito, ou mesmo nada que este facilitismo chegue às universidades. Aliás se fizermos uma pequena pesquisa sobre as notas de ingresso, vemos que tem vindo gradualmente a descer.
Onde iremos parar se continuarmos assim???
Mas muitos não sabem, mas existe um estudo, intitulado estudo de PISA, que é um programa internacional de avaliação das competências de leitura, matemática e em ciências dos alunos dos 15 anos da OCDE. É um programa que pretende determinar em que medida os alunos possuem a capacidade de aplicarem os seus conhecimentos e analisarem, raciocinarem e comunicarem com eficiência, à medida que colocam, resolvem e interpretam problemas numa variedade de situações concretas. Portugal cada vez se afunda mais na tabela, o que mostra que o nosso sistema de Educação simplesmente não funciona.
Só existe uma solução, trabalharmos todos com um único objectivo, uma Escola de Excelência!
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