quinta-feira, agosto 11, 2005

PORTUGAL, OS INCÊNDIOS E O CARVÃO VEGETAL

A Comissão Europeia (CE) revelou ontem um relatório que põe em causa a política de combate aos fogos florestais em Portugal.

Enquanto que os restantes países do sul da Europa (Espanha, França, Itália e Grécia) têm apresentado nos últimos anos um decréscimo acentuado no total de área ardida em relação à média dos últimos 25 anos, Portugal foi o único estado membro onde o fogo devastou mais floresta do que a média referida. (Só em 2003 a área ardida foi aproximadamente de 50%, em 2004 foi cerca de 20% superior à média e infelizmente 2005 tende a bater o record...)

Estes dados, explicam o facto de a área afectada pelos incêndios florestais em terras lusas corresponder a 37% do valor da área ardida no sul da Europa e que o número de fogos represente 41% do conjunto dos 5 países mediterrânicos.

Enfim, o relatório divulgado pela CE apenas vem reforçar e comprovar o que muito boa gente tem dito sobre a problemática dos Incêndios Florestais em Portugal.

Não se consegue perceber porque motivo não se passa de uma vez por todas das palavras à acção e se acabe efectivamente com este flagelo que destrói de forma irremediável a floresta portuguesa, causando danos bastante significativos quer no ambiente, quer actividades socio-económicas directamente dependentes da floresta.

Porque motivo não se aplica uma política e uma gestão concreta para a floresta portuguesa e de combate aos seus fogos (as carências e as falhas já estão perfeitamente identificadas) em detrimento do sistemático e já fastioso mastigar de palavras "standarizadas" e à repetição ano após ano das mesmas conclusões e preocupações? Isto só faz sentido se estiverem à espera que Portugal se torne numa das maiores fontes mundiais de carvão vegetal... Se for esta a política, então estamos de parabéns porque está a ser muito bem sucedida!!!

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