Após o desastre ambiental, económico e social que a vaga de incêndios florestais provocou em Portugal em 2003, eis que o mesmo cenário se repete este ano de forma ainda mais gravosa, pelo menos no sul do nosso país. Das medidas apontadas no "Livro Branco de Incêndios Florestais", encomendado pelo Governo, praticamente nenhuma foi aplicada o que revela que pouco ou nada se aprendeu com a calamidade do Verão passado.
Ainda mais grave se torna, quando desde o inicio do corrente ano, foi implementado um imposto/ecotaxa de meio cêntimo por litro de combustível de modo a serem disponibilizadas verbas para o combate a situações deste género. De facto o investimento no combate aos fogos aumentou ligeiramente, mas os resultados práticos deste investimento não se estão a ver.
Ironicamente, até foi uma destas medidas que contribuiu para o cenário desolador que se assiste agora na região algarvia, através de uma Carta de Risco de Incêndios onde o Algarve não estava englobado nas zonas de maior risco. Em virtude dessa decisão, o Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil (SNBPC), que organiza e distribui os meios aéreos e determina o nível de intervenção dos reforços, só já tarde, quando a situação se encontrava totalmente descontrolada, accionou os meios adequados ao combate dos fogos algarvios.
Ainda mais grave se torna, quando desde o inicio do corrente ano, foi implementado um imposto/ecotaxa de meio cêntimo por litro de combustível de modo a serem disponibilizadas verbas para o combate a situações deste género. De facto o investimento no combate aos fogos aumentou ligeiramente, mas os resultados práticos deste investimento não se estão a ver.
Ironicamente, até foi uma destas medidas que contribuiu para o cenário desolador que se assiste agora na região algarvia, através de uma Carta de Risco de Incêndios onde o Algarve não estava englobado nas zonas de maior risco. Em virtude dessa decisão, o Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil (SNBPC), que organiza e distribui os meios aéreos e determina o nível de intervenção dos reforços, só já tarde, quando a situação se encontrava totalmente descontrolada, accionou os meios adequados ao combate dos fogos algarvios.
Como é possível, que os técnicos do Instituto Superior de Agronomia, que elaboraram a Carta de Risco de Incêndios, tenham colocado praticamente todo o Algarve numa zona de "Baixo Risco"?
Como é possível que o Algarve seja uma zona de Baixo Risco de Incêndios, quando esta região é uma das zonas mais quentes do País e simultaneamente com uma taxa de humidade baixa, amplificando deste modo o risco de incêndio?
Como é possível considerar-se baixo risco de incêndio quando as poucas linhas de água existentes nesta região no Verão praticamente não existem, contribuindo para a secagem da vegetação e para a pouca humidade nos solos? Porque motivo não levaram em consideração o facto de a Serra Algarvia apresentar um conjunto de solos bastante pobre e com elevado risco de erosão e que por isso é fundamental preservar a todo o custo a cobertura vegetal existente para evitar o agravamento da situação? Porquê que não levaram em consideração que na Serra Algarvia a cultura do Medronho é bastante significativa e que esta cultura contem uma elevada carga combustível?
Se estes factores tivessem sido devidamente ponderados, estou convicto que, com toda a certeza, toda a Serra Algarvia seria considerada uma zona de Alto Risco de Incêndios, como afinal de contas se veio a verificar pelo pior modo.
Agora só nos resta esperar pelos subsidios do Governo e mendigar uns apoios europeus....
A melhor forma de combater os Incêndios Florestais, passa obrigatoriamente pela prevenção. Para que isso aconteça é necessário aumentar o número de Guardas Florestais, aumentar o número de Torres de Vigia, implementar sistemas de vigia via satélite, exigir, mas também facilitar e fornecer os meios, para que os proprietários limpem os seus terrenos e, por fim, combater a desertificação humana do interior do nosso país.
Será ainda necessário adquirir mais e melhores equipamentos de combate aos incêndios, sobretudo para as corporações de bombeiros do interior e investir de forma efectiva na formação dos Bombeiros, que apesar da toda a sua boa vontade e forte empenho na luta contra os incêndios florestais continuam a denotar um deficit de conhecimento e de formação nesta área.
Outro ponto importante, passa por rever todo o sistema de coordenação e chefia do combate aos fogos visto que não são raras as vezes que se constata no terreno falhas clamorosas de comunicação entre as várias equipas de intervenção. Só assim se poderá fazer frente a um problema que provoca anualmente inúmeros estragos e prejuízos.
Entretanto, para já, há que promover uma reflorestação, que se espera devidamente planeada e ordenada com espécies autóctones, respeitando deste modo os valores ambientais e económicos das áreas afectadas.
Outro ponto importante, passa por rever todo o sistema de coordenação e chefia do combate aos fogos visto que não são raras as vezes que se constata no terreno falhas clamorosas de comunicação entre as várias equipas de intervenção. Só assim se poderá fazer frente a um problema que provoca anualmente inúmeros estragos e prejuízos.
Entretanto, para já, há que promover uma reflorestação, que se espera devidamente planeada e ordenada com espécies autóctones, respeitando deste modo os valores ambientais e económicos das áreas afectadas.
Bruno Lage
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